domingo, 9 de dezembro de 2012

FESTAS NATALINAS


O dia 8 de dezembro era o início do período natalino envolvendo a todos no clima festivo de final de ano. Minha mãe costumava enfatizar que não era feriado, e sim um dia santo, dia dedicado à Nossa Senhora da Conceição, padroeira da nossa cidade – Aracaju. Existia todo um ritual de tradições que seguíamos à risca. O clima de excitação e euforia para as crianças e jovens começava nos preparativos para o mês de dezembro. A compra do que vestiríamos nas três datas mais importantes, Dia de Nossa Senhora da Conceição, Natal e Ano Novo. Obrigatoriamente, vestíamos roupas novas. Como o comércio oferecia poucas opções, duas lojas destacavam-se com produtos de qualidade: Drenier Cri Magazin e A Moda. Lembro-me bem, do dia das compras com minha mãe. O meu pai lá estava na hora do pagamento. O cheirinho da roupa nova vem à tona e me traz agora recordações que jamais se apagarão, como a alegria e riqueza de viver em família e a condição de poder usufruir e alimentar esses costumes. Crescemos e as lembranças nos possibilitam disseminar dentre os jovens integrantes o valor das tradições e da continuidade dos ensinamentos. 

sábado, 9 de junho de 2012

Tradição junina (2)




As fogueiras já começam a esquentar as noites juninas, convidando a todos a adentrar no arraial e lá envolver-se na magia dos hábitos e costumes da nossa terra, carregados de conteúdos simbólicos e afetivos. Aprendi muito cedo, com os meus pais, a alimentar o gosto pelas festas juninas e criei os meus filhos no exercício das nossas tradições. Nutria um prazer enorme em cumprir, à risca, os hábitos aprendidos na infância e preparava todo o ambiente para a comemoração do São João, inclusive vestindo os meus filhos a caráter, cujas roupas eram por mim idealizadas e confeccionadas. A rua em que moramos sempre foi muito movimentada, porque nela moravam e ainda moram famílias antigas no endereço e, coincidentemente, com filhos na mesma faixa etária, o que proporcionou a intimidade maior entre todos e uma festa completa e muito animada. Depois que “as crianças” casaram e se foram para a nova vida, houve uma certa ruptura no calendário festivo da rua, porque elas, as “crianças”, eram a razão de toda animação. Estamos, ansiosamente, aguardando a geração dos netos – que já chegam aos poucos - desses moradores, para um novo ciclo junino. Assim, e mais uma vez, as lembranças não nos deixam, e entre nós moradores que compomos a geração “antiga”, falamos muito disso tudo e sentimos saudades dos tempos áureos dos festejos juninos na nossa morada: a falta de fogueiras em todas as portas, a animação das quadrilhas improvisadas, do café da manhã que preparávamos para os filhos que passavam a noite no arraial instalado no meio do trecho, e de todos, sem distinção, reunidos em torno do calor humano proporcionado pelo calor da fogueira e da partilha de momentos tão bons. E viva o São João, a festa maior do nordestino que se preza! 


Tradição junina (1)




Que felicidade ter o que recordar e disseminar entre as gerações que nos sucedem. Essas recordações orientam os nossos sucessores, descendentes, ao entendimento dos nossos costumes, o porquê de como somos, a riqueza da nossa comida. Uma lembrança, em especial, nos devolve a alegria do tempo passado e faz o nosso coração bater mais forte – os festejos juninos. Tanto na cidade – Aracaju – quanto no interior do estado – Sergipe – as festas juninas eram ansiosamente esperadas, e, em determinados pontos da cidade, eram erguidos os “arraiás”, logo no mês de maio, criando o clima junino já próximo e as músicas começavam a invadir as casas, trazendo à tona o “xote”, o “forró” (o verdadeiro e puro), e voltávamos a ouvir o Luiz Gonzaga e tantos outros que embalavam as noites de Santo Antônio, São João e São Pedro. O que de bom guardamos como lembrança, acaricia o nosso coração porque, além de trazer de volta a nossa juventude, traz também as pessoas queridas que não estão mais, fisicamente, conosco. Lembro muito  bem de como eram comemoradas essas datas na minha infância. Éramos três irmãos e os meus pais preparavam todo o clima. À minha mãe, cabia o preparo das guloseimas próprias da ocasião e a indumentária, com as tradicionais roupas caipiras. Os dois meninos, vestiam calça com remendos, camisa quadriculada enriquecida pela jabiraca de cor contrastante, chapéu de palha e botas; para mim, vestido amplamente rodado, com anáguas engomadas para dar corpo ao vestido que era ornado com bicos, rendas de feira e rendas de “bilro” e fitas coloridas. Nos pés, geralmente, tamancos coloridos ou sapatilhas coloridas, comprados no mercado. Na cabeça, ora era um chapéu de palha enfeitado, de onde saíam duas tranças postiças com laços de fitas, ora eram fitas que davam acabamento a um “rabo de cavalo” ou mesmo flores de papel, no cabelo longo e solto, tornando a caipira mais brejeira. A meu pai cabia a estrutura física: um mastro (geralmente era um pé de mamona trazido de um terreno baldio próximo à nossa casa) e a fogueira, que proporcionava calor às noites juninas, em geral chuvosas e “frescas”. As comidas típicas tinham lugar de destaque na festa e correspondiam à expectativa dos sabores: bolo de milho e de macaxeira (mandioca) eram os preferidos. Também o milho cozido, amendoins, cocada, canjica e mungunzá. O cheirinho bom emana da história e perpassa na linha do tempo. Os fogos, meu pai os comprava com muita antecedência e os guardava a “sete chaves” em um quarto na dispensa que ficava no quintal da casa. No dia, ele preparava, cuidadosamente, um desses fogos que era uma roda que girava espalhando faíscas coloridas de muita beleza. Ele, para nos proteger de queimaduras, pregava na ponta de um cabo de vassoura (guardado durante o ano de vassouras velhas, para esse fim) e, assim, poderíamos usufruir da brincadeira sem problemas. Muita saudade. Essas pessoas fizeram-nos – a mim e a meus irmãos – muito felizes. Nas pequenas coisas que nos proporcionavam. E muito mais quando nos ensinaram a agir assim mesmo com os nossos filhos e tudo isso mostra como é importante que alimentemos as nossas tradições, propalando e disseminando entre os jovens, os hábitos e costumes que tínhamos e vivenciávamos enquanto crianças.

domingo, 15 de abril de 2012

Aprendendo com Shakespeare !




Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. 

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. 

Portanto... Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! 

William Shakespeare