domingo, 3 de maio de 2009

Controvérsias da Interpretação


Novamente as vivências de cada um vêm alicerçar uma defesa em favor do supremo direito que temos de fazer uma leitura de mundo. Por sua vez, essa leitura enriquece e amadurece o indivíduo, tornando-o forte e suscitando-lhe a necessidade de se manifestar, expondo o seu pensamento com a tranqüilidade proveniente da segurança de que tem valor aquilo que ele consegue externar. Isso é uma característica do mundo moderno, pela possibilidade de acesso imediato às informações e ao poder de comunicação que se estabelece com mais facilidade, através dos meios tecnológicos. Em muitas salas de aula, ainda, fica muito evidente a forma prosaica com que são elaborados os instrumentos de avaliação e o processo de construção do conhecimento. É preciso que haja um despertar no sentido de se enxergar o aluno como pessoa e que ele, com a sua vivência, faça o seu papel de disseminador da sua cultura e do seu saber, enriquecendo o ambiente de sala e daí, o encontro das vivências e experiências, tende a ser um novo mundo de descobertas e enriquecimento cognitivo e cultural. Por isso mesmo, a pedagogia mais evoluída percorre agora o caminho do investimento no hábito da leitura, esse meio simples e eficiente na aquisição do conhecimento. Afinal de contas... ler não dói! O exercício da leitura, incontestavelmente, aguça a percepção, tão importante para a interpretação de mensagens. E quando falamos de interpretação, estamos a falar do sujeito “no mundo”, de como ele se sente frente a tudo que se passa ao seu redor e, a partir daí, chega às suas próprias conclusões, sem receio de julgamentos de outros. Para ilustrar esse raciocínio, vale a pena falar sobre um filme nacional - DIVÃ ( muito bom ), cujo enredo traz à tona a complexidade das relações: Mercedes (Lília Cabral) nesse filme, assume as suas incoerências e indecisões e sai na busca de respostas que possam solidificar as suas iniciativas a partir do seu verdadeiro “eu”, colocando, inclusive, em risco uma relação de 20 anos, porque se descobriu enquanto pessoa, com vontades e sonhos – “realizáveis e irrealizáveis”. Não podemos esquecer que “as aparências enganam” e que os fatos e acontecimentos precisam ser analisados para que se tornem compreensíveis para nós mesmos, sem, contudo, isolá-los do contexto no qual estão inseridos.

Vamos exercitar um pouco esse conceito? Façamos um jogo e vendo o vídeo abaixo, cheguemos às nossas próprias conclusões. E, assim, constatemos a diversidade de formas de interpretar, analisando o que representa a personagem no contexto da vivência de cada um.


Lygia Prudente