sábado, 28 de junho de 2008

Instrumento de Compreensão do Mundo

A palavra escrita é, mais do que nunca, o principal instrumento que possibilita a compreensão do mundo, através da reflexão e da interpretação. Muito se tem falado e discutido sobre o fato de ser este um país onde pouco se lê e os nossos jovens não lêem. Em geral, o problema tem início bem antes, anos atrás, já que o hábito e o prazer de ler devem ser semeados bem cedo, quando ainda somos bebês. O contato com os livros e a literatura surge de maneira espontânea e lúdica e o hábito se instala pelo simples prazer. Assim, como os brinquedos vão cumprindo funções diferenciadas no desenvolvimento humano, os livros vão conquistando o seu espaço e a criança começa a buscar por eles e seus personagens. O livro propicia uma viagem, a ampliação do vocabulário, a clareza do universo vivido. É importante frisar o papel dos pais nesse desenvolvimento cognitivo, considerando-se que, na infância, é evidente a imitação do comportamento adulto. Pais que costumam ler jornais, revistas e livros, fornecem aos filhos o relevante modelo, fazendo-os enveredar no mundo da leitura. Obviamente, a falta de estímulos durante as etapas do desenvolvimento, culmina no fato do jovem trazer um desinteresse pela leitura. Há um aspecto que precisa ser enfatizado: o simples prazer de ler não garante a compreensão do conteúdo apresentado. À escola cabe a tarefa de auxiliar e orientar na interpretação do texto, levando o jovem a perceber o poder da escrita que dá vida e sentido às coisas. É encarando a leitura sob o enfoque da descoberta do sentido que estaremos possibilitando a formação de leitores críticos, tão imprescindíveis no mundo de hoje.
Lygia Prudente

ORES exercita a Gestão Democrática

"O simples ato de buscar informações obriga a uma mobilização de sentimentos,
a um despertar de memórias e a uma reativação de relacionamentos sociais
que são, por si sós, muito importantes para refletir
sobre a própria vida e recompô-la." Maria Célia de Abreu
A Organização Educacional de Sergipe - ORES, reune mais uma vez os seus ténicos para, democraticamente, discutirem metas e ações que nortearão o seu trabalho, sempre objetivando uma educação de qualidade e, acima de tudo, estimulando e respeitando a crítica construtiva e as idéias que fluem a partir deste processo avaliativo de etapas de trabalho já superadas. É oportuno ressaltar a importância do discutir e do planejar, detectar quais são as prioridades e a necessidade de redefinir caminhos e estratégias de ação. O auto-referencial oferece o perigo do acreditar que a certeza é só de um e que o caminho certo é o que ele mesmo propõe. Pode até ser mas, como pobres mortais que somos, não devemos soberbamente acreditar neste paradigma ultrapassado de dono da verdade que não encontra mais lugar no mundo moderno, mundo de decisões conjuntas e de opiniões expressas, diversificadas e, por incrível que pareça, partilhadas. Não há tempo a perder neste mundo competitivo e ouvir sempre o que se tem a dizer, sem pré-julgamentos, representa ganhos, não arriscando, por acreditar na onipotência de um só pensamento, de uma crença pessoal, tal qual aconteceu com a "mãe coruja" da fábula.
"Dona Coruja, ao encontrar Dona Águia em plena temporada de caça, suplicou:
- Dona Águia, já que somos amigas, rogo-lhe que não coma meus filhotes.
- Certamente - respondeu a águia - nossa amizade me impede de fazê-lo. Mas como os reconhecerei se nem mesmo sei onde fica o seu ninho?
- Ora, Dona Águia, é fácil. Eles são os filhotes mais lindos da floresta!
Assim, para Dona Águia não correr riscos de arranhar sua amizade com Dona Coruja, procurou comer apenas os filhotes mais feios que encontrou: um par de criaturas horrorosas com grandes olhos arregalados enfiados numa toca em uma velha árvore."
Mais uma vez a ORES demonstra estar alicerçada em pilares atuais e coerentes com o mundo corporativo moderno, semeando a tão propalada gestão democrática, para satisfação dos técnicos que a integram.
“Quem pensa sobre o que faz, faz melhor.” ( L. de Roccio )
Lygia Prudente

sexta-feira, 27 de junho de 2008

"Tu és responsável por aquilo que cativas!"

http://www.youtube.com/watch?v=bSBU951U8vs

Saudades do Cine Palace (6)


A direção do Palace era muito criteriosa na escolha de sua programação. Filmes como Dr. Jivago, Ben-Hur, Os Dez Mandamentos, O Homem Que Sabia Demais, Candelabro Italiano e Dio Come Ti Amo, mostravam a diversidade e o cuidado na seleção. Um dia eles erraram feio. A estréia de filmes no Cine Palace era sempre aos domingos e a primeira sessão era a coqueluche da cidade, quando se reunia toda a juventude. Domingo tinha que ter um novo filme, pois ir ao Palace, nesse dia, era sagrado, tal como ir à missa. Lançaram então, um filme musical mexicano. Como o aval era dado pela primeira sessão, a das 14 horas, o mesmo não foi aprovado, porque era um “abacaxi de primeira”. A anarquia dos espectadores foi generalizada. À cada cena musical, a platéia assoviava, gritava, ou começava a cantar sucessos da época, como as músicas de Roberto Carlos. O projecionista, a fim de conter a bagunça, acendia as luzes da sala de exibição, a platéia se acomodava e, quando as luzes eram apagadas, tudo recomeçava. De tanto acender e apagar, o mesmo resolveu deixar acesa todas as luzes da sala, até o final da sessão. Na segunda feira, o filme não estava mais em cartaz.
Armando Maynard

domingo, 22 de junho de 2008

Prévia Junina 2008 - tradição de pais para filhos

Mais uma vez aproveito para ressaltar a importância de se manter as tradições, principalmente no que diz respeito às festas juninas, porque mexem com o nordestino, nascido sob o embalo do gostoso forró pé-dé-serra, do calor da fogueira, do cheirinho do milho verde e das reuniões familiares para dançar um arrasta-pé. Faz parte da cultura do nosso povo e são costumes que precisam ser preservados. O novo milênio não deve ser um "virar de página" para as nossas raízes e nossos hábitos de povo simples porque representam o alicerce e a história dos nossos filhos e netos. E viva o nosso São João.
Lygia Prudente

quinta-feira, 19 de junho de 2008

FETICHE DE CINÉFILO

Armando Maynard

quarta-feira, 18 de junho de 2008

RUA GENERAL CHAVES - verdadeiro quartel da animação em família

Está bem claro na minha memória o que tanto me atraía neste pedacinho do Bairro São José, em Aracaju/SE, porque sempre morei desde pequena na Rua Lagarto, bem próxima à Rua General Chaves, centro de todo o movimento e animação. Casei e fui me aproximando, chegando a morar na Rua Socorro. Aí passei seis anos da minha nova vida e, junto com o meu sogro ( que também admirava o chamego que caracterizava a vida naquele pequenino logradouro) observávamos e comentávamos da união dos moradores para enfeitar a rua nas festas juninas. Certo dia, grávida da minha filha Simone – já tínhamos o primogênito Guilherme – compramos uma casa, imaginem onde: na Rua General Chaves. Nela, a maioria das casas eram, e ainda são, próprias, ou seja, os seus moradores são eternos proprietários, o segredo de tanta cumplicidade e partilha, enfim, de união. Alguns moradores, infelizmente, já se foram e deixaram saudades e boas lembranças: “Seu” José Leite como era conhecido pela meninada, “Seu” Jason e D. Conceição, D. Lourdes, pais de Lourdinha que mantinham o armazém, hoje extinto, a sogra de Natália que vendia bananas, e outros mais recentes como Senhor Nelson. Embora tenhamos perdido o convívio com estas pessoas, os filhos aqui permaneceram e formaram famílias, cujos rebentos formam hoje a nova geração da General Chaves. Portanto, pais, filhos e netos procuram manter a tradição, principalmente nas festas juninas. Anos atrás, a segunda geração (estamos na terceira) organizou um arraial onde, além dos jovens ( Guilherme, Celso, Artur, Robertinho, Sandro, André, Gabi, Simone, Sabrina, Sandra, Fábio, Andrezza, Carol e amigos que se mudavam para cá), os mais velhos divertiram-se também até pela tranqüilidade de ter os seus filhos bem próximos, degustando e bebemorando em família, sob os olhos atentos dos pais. Revivemos, no ano que passou (2007), o auge deste convívio tão salutar, quando a Confraria do Carro Quebrado – Grupo de pessoas antigas no Bairro que se uniram para promover eventos e manter esta tradição – organizou uma senhora comemoração junina, com barracas de petiscos, comidas típicas, arraial, sorteio de balaio, sanfoneiros que alegravam o ambiente com um saudoso forró pé-de-serra e tudo que uma festa junina promove. Este ano repetiremos o sucesso, com certeza e sintam-se convidados. Vocês vão gostar! E Viva o São João em família, família da General Chaves!
Lygia Prudente

terça-feira, 17 de junho de 2008

O ACALANTO DO AMOR

Os tempos modernos não conseguiram desmistificar a natureza do amor, que se faz presente também no século XXI, com roupagem diversificada ou não, mas ali, insistente, ativo, pulsante e polêmico. Não se pode dizer, entretanto, que é a base de qualquer relacionamento como outrora, mas, faz mesmo o coração bater mais forte e suscitar sensações de fraqueza e desproteção. É ele, sem dúvida. Invade - sem pedir licença, assume e se apossa, sem que o sujeito se dê conta. Apesar de intruso, deixa uma sensação muito boa, massageia o ego, transmite luminosidade. Sempre acompanhado do romantismo e, quem diria, atingindo a qualquer faixa de idade.
Tenho boas lembranças de filmes que tratam carinhosamente deste tema: "ALGUÉM TEM QUE CEDER" é um deles. Após sofrer uma parada cardíaca, um executivo se apaixona pela mãe de sua atual namorada, com Jack Nicholson, Diane Keaton e Keanu Reeves no elenco. Recebeu indicação ao OSCAR. Outro filme, "AS PONTES DE MADISON": Após a morte de Francesca Johnson (Meryl Streep), uma proprietária rural do interior do Iowa, seus filhos descobrem, através de cartas que a mãe deixou, do forte envolvimento que ela teve com um fotógrafo (Clint Eastwood) da National Geographic, quando a família se ausentou de casa por quatro dias. Estas revelações fazem os filhos questionarem seus próprios casamentos. "AMOR À PRIMEIRA VISTA", outro filme também que eu me lembro, é um grande exemplo da mágica que é o envolvimento. Robert De Niro e Meryl Streep, múltiplos vencedores do Oscar, estão juntos novamente para viverem Frank Raftis e Molly Gilmore, duas pessoas comuns que se encontram por acaso e mais tarde por escolha. Há somente uma coisa que perturba seu intenso e recém-descoberto amor: ambos já são casados. É um genuíno dilema moderno e De Niro, Streep e um excelente elenco dão vida a essa história, com charme e sensibilidade.
Pois é. O amor, na verdade, não caiu de moda. Ele vestiu jeans e se adequou à uma nova realidade, muito mais ousada, mais picante, mas ainda assim - AMOR.

Lygia Prudente

SAUDADES DO CINE PALACE (5)

Na porta, uma grande fila. O filme em cartaz era "DIO COME TI AMO". O cinema, aos poucos, ia completando a sua lotação. As meninas guardavam os lugares dos "paqueras" ou dos já namorados, mas o aviso pelos auto-falantes logo viria: "A Direção do cinema avisa que não é permitida a reserva de lugares". Começava a correria para pegar as cadeiras que antes estavam sendo guardadas. O cinema já estava lotado e na Bilheteria o aviso: Lotação Esgotada. Lá fora, outra fila já se formava para a sessão das quatro horas. E aí, outro aviso vinha das caixas de som da tela: "Atenção Senhores espectadores, após o término da sessão, o cinema será totalmente evacuado". Gritaria total na sala. Rolo de papel higiênico passando pela cabeça dos espectadores, desenrolando-se como serpentina em carnaval. Bolinhas de papel de balas eram jogadas na cabeça das meninas, chicletes eram colados embaixo do assento e braços das cadeiras. O cheiro do ar condicionado, misturado a diversos perfumes, contagiava o ambiente. O senta-levanta, o entra-e-sai para beber água ou comprar balas de hortelã dulcora, estava para terminar. O filme já ia começar...

Armando Maynard

segunda-feira, 16 de junho de 2008

BOCAPIU MÁGICO - a expressão criativa


A utilização de fantoches como recurso didático é de uma riqueza de conteúdos inimaginável, considerando que o texto vai surgindo à medida em que são resgatados valores e princípios éticos, histórias e vivências. Muito antigo, o Teatro de Fantoches permite que temas sejam explorados com uma sutileza prazerosa, como: racismo, morte, injustiça social, separação, dentre outros. A proposta é que ele se torne um instrumento pedagógico para, exatamente, transmitir mensagens e ensinamentos através da arte. A minha experiência como coordenadora pedagógica, favorece-me, no sentido de atestar que a utilização deste recurso não tem um público alvo definido, podendo ser explorado em situações das mais inusitadas, com resultados positivos, tanto para crianças como para treinamento de servidores burocráticos, professores, etc. (com textos engraçados, animados, musicados e cuja essência esteja direcionada para o objetivo proposto).
Por tudo isso, criei um grupo de fantoches - o BOCAPIU MÁGICO, para o qual escrevo peças, que tratam de assuntos como a diversidade cultural e as riquezas da cultura popular, da polêmica questão do uso da gíria, apropriadas para crianças e adolescentes do Ensino Fundamental, na tentativa de arraigar, cada vez mais, o valor pela nossa história, pela nossa língua, pelas nossas raízes. As peças são construídas conforme surge a necessidade, para um universo próprio como público-alvo, aspecto importante para o sucesso a que a mesma se propõe. Como exemplo, cito : "ATROPELANDO A GRAMÁTICA E O CORAÇÃO" , "VAMOS FAZER UMA CHINFRA COM O LERO DA MUVUCA", e outras.
Para que possam conhecer o meu trabalho disponibilizo abaixo, uma destas peças.
“ATROPELANDO A GRAMÁTICA E O CORAÇÃO” (Outubro de 2006)
Autora: Lygia Prudente Maynard Vieira

Conteúdo: Fraseologia popular e a aplicação correta da norma culta
Um dos personagens desta peça fará a apresentação do grupo e do conteúdo que será explorado na sua execução:
Boa tarde! Vamos mostrar alguns exemplos do emprego da norma culta na gramática portuguesa. Atenção! Com vocês...... o Grupo Bocapiu Mágico apresenta

“ATROPELANDO A GRAMÁTICA E O CORAÇÃO

Entra LOLITA, olhando devagar de um lado para o outro e, pergunta à platéia :
LOLITA - Olá! Estão todos aí? Hum...Fico sempre na dúvida se devo começar a falar.
E, falando alto, diz:
LOLITA - BOA TARDE!!! Ué... estão com fome é? BOA TARDEEEEEEEEE.... Eu sou a Lolita e... aí meu Deus! Já estou começando a ficar nervosa. Por que será ? JÁ SEI! Cadê aquele gato do Zezito? Não chegou? OH céus! Agora é que perco a cabeça... E... gritando...
LOLITA - Natasha.... CADÊ VOCÊ NATASHA ????????? E cochicha para a platéia: Essa tal de Natasha anda arrastando uma asa... NÃO! As duas asas pro lado daquele BUMBUM, quero dizer... BOMBOM. Preciso vigiar!
Entra Natasha, correndo e diz:
NATASHA - Você me chamou, Lolita? Antes que você me responda, devo lhe perguntar o que você precisa vigiar? Sim, porque quem vigia, vigia alguma coisa, não é mesmo turma?
LOLITA - Vigiar? Ah! Sim, eu estava falando que você anda muito saliente para o lado do Zezito e que eu preciso ficar de antena ligada. Entendeu?
NATASHA - Nã nã nã nã nã não!!!! Santo Deus, Lolita. Procure falar um linguajar mais decente. Antena... o que é que você quis mesmo dizer?
É a vez de entrar o Lobão.
LOBÃO - Ué Natasha, não me diga que você não conhece esse lero! Quer dizer ficar esperta como a própria antena, ligadona.
LOLITA - Ainda bem que tenho companhia. Alguém me entende.
NATASHA - Mas então, voltemos ao que conversávamos : Vigiar o que ou a quem?
LOBÃO - É claro que a Lolita disse isso porque tem ciúmes de você com o Zezito, logo a vigiada é você.
LOLITA - Chiuuuuuu! Fica calado! Ai meu Deus!
NATASHA - Antes de mais nada, se a vigiada sou eu, você deveria ter dito: PRECISO VIGIÁ-LA. E depois, trate de vigiar-me mesmo, porque eu também estou paquerando o Zezito.
LOBÃO - Sujou! Agora a coisa fede!
Entra Zezito e grita:
ZEZITO - Quem me chamou? Ouvi ou não ouvi o meu nome ser pronunciado pelas beldades?
LOBÃO - Fedeu mesmo. Quero ver só no que vai dar tudo isso!
LOLITA - Foi bom ver você porque precisamos chegar!
NATASHA - Lá vai começar tudo de novo! Chegar aonde? A minha falsa amiga deve ter faltado à aula no dia em que a professora explicou que o verbo chegar exige a preposição A, então PRECISAMOS CHEGAR A que?
ZEZITO - Com certeza a alguma decisão. E eu estou com o ego amaciado só de pensar que vocês gatas estão discutindo por mim.
LOBÃO - Misericórdia.... ainda tenho que agüentar esta sessão de GABOLICE!
LOLITA - Parem com tanto blá blá blá. Vamos logo aos finalmente!
LOBÃO - Concordo plenamente, cara colega. E veja se você abre os olhos. Olhe ao seu redor porque não existe só o Zezito e... beleza não põe mesa.
NATASHA - Então deixemos um pouco a norma culta de lado e tratemos de esclarecer alguns pontos. Eu não sou santa e não vou abrir mão de Zezito para beneficiar Lolita. Não mesmo!
LOBÃO - Só um pequeno detalhe: Zezito, o DOM JUAN sabe do interesse das duas e qual desses interesses parte realmente de um sentimento ou trata-se simplesmente de uma disputa?
ZEZITO - Muito bem colocado, Lobão. Você agora deu uma dentro!
NATASHA - Ai minha santa virgem da Querupita! Protegei-me do lero falado por essa muvuca! Uai! Já estou falando do mesmo jeito, imagina como é contagiosa essa história!
LOLITA - Eu acho é pouco: tão posuda e é igualzinha a todos os mortais.
ZEZITO - Precisamos voltar ao que fora colocado pelo Lobão quando ressaltou que o importante é sabermos qual dos sentimentos é o mais puro e o mais verdadeiro! Afinal estou sendo o pivô do desentendimento.
LOLITA - É lógico que a minha paquera é a mais verdadeira!
ZEZITO - Lembra da época que você andava se engraçando para o lado do Lobão?
LOBÃO - Meu lado? E como não me lembro?
LOLITA - Ah! Ele nem olhava para mim. Eu não gosto de ficar esperando muito tempo.
NATASHA - Então é verdade? Quem diria?
LOLITA - Não se meta! Fique na sua!
ZEZITO - Lobão você é mesmo aéreo. Como não percebeu que a Lolita estava a fim de você?
LOBÃO - È verdade Lolita? E por que desistiu?
NATASHA - Sim, sim, por que? Diga logo Lolita.
ZEZITO - Estou achando que ela ainda nutre um sentimento de afeto por você, Lobão.
LOLITA - Olhem vocês! Não faz a minha praia eu ficar atrás de alguém que nem me olha. Eu quero logo partir para outra paquera.
Lobão corre e abraça Lolita .
LOBÃO - Não diga mais nada minha Ivete Sangalo. O meu coração lhe pertence. Vamos encerrar o assunto. Dê para mim um beijo, vamos.
NATASHA - Não é dê para mim, meu Deus. É DÊ-ME UM BEIJO!
ZEZITO - Aproveitando a deixa e esclarecidos os fatos, deixe que em você eu dou. Um só não, vários.
ABRAÇAM-SE TODOS E VIRANDO-SE PARA A PLATÉIA CURVAM-SE AGRADECENDO OS APLAUSOS.
- FIM -
Lygia Prudente

terça-feira, 10 de junho de 2008

SAUDADES DO CINE PALACE (4)

"Cine Palace - o palácio dos grandes espetáculos anuncia para hoje, na matinée, às duas e às quatro e, na soirée, às sete e às nove horas, o filme Candelabro Italiano. Cine Palace - um ambiente deliciosamente refrigerado." Era assim que anunciava o carro de propaganda pelas principais ruas da cidade. O dia era domingo - dia dos três "pês" ( praia, PALACE e praça). A praia era o Balneário de Atalaia. Ia-se às nove horas, para voltar, impreterivelmente, às doze horas, motivado pela primeira sessão do Cine Palace que começava às duas da tarde. Aliás, nesta época, somente ele tinha quatro sessões aos domingos, na matinée, às duas e quatro horas e, na soirée às sete e às nove horas. Havia um intervalo de uma hora, da última sessão da tarde para a primeira da noite. Depois é que surgiu, por toda a semana, de segunda à domingo, as famosas sessões contínuas, que eram às quinze, dezessete, dezenove e vinte e uma horas. Antes, todos os cinemas do centro, só tinham duas sessões, mesmo aos domingos - à tarde às três e quinze e à noite, às sete e quarenta e cinco. Até hoje, me pergunto: por que não às três e às sete e meia? Esses quinze minutos além do redondo da hora, sempre me intrigaram...

Armando Maynard


segunda-feira, 9 de junho de 2008

A SÚPLICA DO SABER

A palavra escrita é, mais do que nunca, o principal instrumento que favorece a compreensão do mundo, através da reflexão e da interpretação. Muito se tem falado e discutido sobre o fato de ser este um país onde pouco se lê. O problema tem nascedouro na infância. O contato com os livros e a literatura surge de maneira espontânea e lúdica e o hábito se instala pelo simples prazer. O livro propicia uma viagem, a ampliação do vocabulário e a clareza do universo vivido. É importante ressaltar que o papel dos pais é preponderante nesse desenvolvimento cognitivo, considerando-se que, na infância, é evidente a imitação do comportamento adulto. Pais que costumam ler, fornecem aos filhos o relevante modelo.
A leitura é imprescindível na evolução cultural do indivíduo, porque o saber só pode ser formado a partir da absorção de novos conhecimentos. Os livros preservam a maior parte da nossa herança cultural e aprimora o espírito crítico, fazendo com que pensemos por nós mesmos.
Podemos dizer que parte da maravilha e da riqueza da leitura, vem da liberdade que ela sugere e da possibilidade de escolher o livro certo para aquele momento.
Escolha o livro certo e comece já!
Lygia Prudente

domingo, 8 de junho de 2008

A SUPERIORIDADE DO INSTRUTOR E SUAS CONSEQUÊNCIAS...

Faça agora a sua leitura e... COMENTE!

SAUDADES DO CINE PALACE (3)



Armando Maynard

AMAR



Arte: Lygia Prudente

ORES ENFATIZA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE


No último dia 7 de junho (2008), a ORES - Organização Educacional de Sergipe, promoveu um evento, para um público seleto de educadores, com o tema "A BUSCA DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA A PARTIR DO FUNDEB". As palestras ficaram a cargo da ilustre Profª. Marlene Alves Calumby, que dispensa qualquer comentário, pela sua notoriedade na área educacional, tendo exercido com maestria cargos como Presidente do Conselho Estadual de Educação/SE, e o Prof. Hudson César Feitosa Veiga, Professor, pós-graduado em Pedagogia Empresarial, leciona no Curso de Pós-Graduação da Faculdade Saint Luis de France, Consultor Técnico de Prefeituras Municipais no interior do Estado e Assessor Técnico do Conselgo Estadual de Educação.

O evento obteve o sucesso a que se propôs, e, na sua essência, enfatizou a questão da responsabilidade do professor ante o processo ensino-aprendizagem e deu conhecimento das nuances que interferem na administração dos recursos destinados à educação. A participação dos presentes foi efetiva, possibilitando discussões e avocando experiências que, além de ilustrar o assunto, enriqueceram, com certeza, àqueles que ali estavam em busca de conhecimentos adicionais que alicercem a sua prática de forma contundente.

Parabéns à ORES pela iniciativa e que outros eventos sejam promovidos, porque sempre haverá platéia para propostas objetivas e sérias.

Lygia Prudente

sexta-feira, 6 de junho de 2008

PARA VIVER UM GRANDE AMOR

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.
Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.
Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.
É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...
Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?
Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

PENSANDO BEM...

"O que os partidos políticos dizem uns dos outros, é justamente o que eu penso de todos eles."
Alain Fournier

O SORRISO DA NATUREZA

SAUDADES DO CINE PALACE (2)

O Cinema Palace funcionou até o fim da década de 90 , na esquina da Rua João Pessoa, hoje Calçadão, com a Praça Fausto Cardoso, no centro da cidade de Aracaju/Sergipe. Foi o primeiro cinema da cidade a ter ar-condicionado, cortina motorizada e cadeiras estofadas ( é bem verdade que somente estofadas no assento). O prédio ainda está intacto. Na sala de exibição, adornam as paredes laterais os desenhos do artista plástico sergipano Jenner Augusto (1924 - 2003 ), até hoje preservados. Obra considerada patrimônio da cultura sergipana. Logo que o cinema encerrou suas atividades, o prédio abrigou um Bingo, hoje fechado. Agora é torcer para que uma construtora não o adquira e resolva implodi-lo. Aí, a saudade vira poeira.
(Continua...)
Armando Maynard

segunda-feira, 2 de junho de 2008

domingo, 1 de junho de 2008

JUNHO - FESTA NO NORDESTE

Chegou junho, o mês das festas juninas! O nordeste mostra então, para todo o país, a riqueza de uma das suas maiores manifestações culturais, que tem atraído turistas, curiosos e ávidos de conhecer e vivenciar o forró, o verdadeiro forró, o pé-de-serra, enriquecido pelas indumentárias dos "caipiras", imbuídos e cônscios do papel que ora representam, de divulgador das suas raízes. A animação está nas veias ante o som inconfundível e gostoso da sanfona, do triângulo e da zabumba, contaminando toda a platéia e fazendo desengonçados ousarem um remelexo e sentirem necessidade de acompanhar a multidão no ritmo que marca o compasso noite adentro. As apresentações das quadrilhas juninas são momentos solenes, resultantes de um trabalho de meses de ensaios. Os seus componentes investem e apostam na beleza destas apresentações. A indumentária, prazeirosamente confeccionada, serve de moldura ao bonito quadro, surpreendendo aos que ali prestigiam. A criatividade dos passos ensaiados, propiciam, a cada ano, um excelente nível destas apresentações.
A dança é só um aspecto, no contexto que representa uma festa junina. A culinária é diversificada e preparada com produtos regionais, como o coco e o milho, base de receitas como a cocada, o "quebra-queixo", pé-de-moleque, saroio, tapioca, manauê, mungunzá e tantas outras que deixam a todos com água na boca. O quentão, o licor e a própria cachaça são as bebidas mais procuradas, artesanalmente produzidas, geralmente em alambiques, e que devem ser provadas com cautela, pelo seu concentrado teor de álcool.
A decoração, preparada com muita antecedência, já vai, por si só, criando o clima de animação e alegria, que culmina nos dias em homenagem aos Santo Antônio, São João e São Pedro. As fogueiras esquentam estas noites, geralmente frias (consideramos frias para o tipo de clima que normalmente vivenciamos no nordeste) e dão um toque especial ao arraial.
Festas como esta ficam na memória e são cultuadas pela vida a fora, perpetuando a tradição dos povos simples.
E viva Santo Antônio, São João e São Pedro!
Lygia

Evento: MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO

Evento: EDUCAÇÃO INCLUSIVA